Robert Carvalho não dormira aquela noite. Havia alimentado a esperança de encontrar sua filha viva após o terrível ataque. Entretanto, o destino fora mais cruel ainda. Dera-lhe uma punhalada nas costas sem dó, nem piedade.
– Alicia… minha querida, Alicia… – murmurou com o rosto molhado de lágrimas.
Alicia era a única família que sobrara para Robert em Castle Rock. Pois, seu irmão Marcelo se mudara a algum tempo para Israel, agora era um agente do serviço secreto. A mulher de Robert morrera alguns anos atrás de câncer e somente Alicia lhe sobrara. Mas, até isso resolveram tomar dele.
– Alicia… Alicia… – choramingava um homem derrotado pela vida.
Neste momento, uma mão tocou-lhe o ombro. Robert saltou da cama rapidamente. E olhando para o sujeito que lhe tocara, reconheceu-o.
– Cid? – questionou, espantado.
– Olá, Robert – cumprimentou Cid com um sorriso no rosto.
– Mas que diabos…
– Fique calmo. Eu escapei da prisão por causa da tragédia que assolou Castle Rock. Entretanto, agora sou um homem novo – declarou Cid.
– O que faz aqui? – Robert enxugava as lágrimas.
– Eu soube da morte da sua filha. Vim apenas dar meus pêsames. E dizer que se precisar de qualquer coisa, estarei a disposição.
– Não preciso da ajuda de um homem sujo como você!
Cid deu uma gargalhada e sentou-se lentamente na cama.
– Ora, me senti insultado. Porém, vou relevar, afinal, você é apenas uma peça do jogo.
– De que raios você está falando, Cid?
– Robert, Robert, Robert – Cid levantou-se rodeando o quarto, mexendo em alguns quadros e olhando-se nos espelhos – Alicia tinha uma bela voz. É um pena mesmo…
Robert encarou Cid segurando um rio de lágrimas.
– Não fale no nome dela – exigiu o policial – Cid, vá embora antes que eu seja obrigado a chamar a polícia.
– Sugiro que chame, porque vai precisar.
Neste instante, algo ultrapassou as costelas de Robert, fazendo-o começar a perder os sentidos.
– Vai com calma, Edward – ponderou Cid.
Edward deixou o corpo ferido do policial cair no chão. Cid se aproximou olhando-o nos olhos e acariciando o rosto dele.
– Alicia tinha uma bela voz. Sim, eu reconheci quando a capturamos e ela não parava de gritar.
Robert tentou erguer o punho furiosamente, mas Edward pisou em seu braço quebrando-o.[
– Ahhhhhhh!!!
Cid sorriu.
– Avise seus amigos, detetives. Que eles são os próximos. Esse é o início da vingança.
Cid puxou um alfinete do bolso com cautela e perfurou os olhos de Robert.
– Ahhhhhhhhhhhhhhh!!!
CONTINUA…
POR NAÔR WILLIANS(ÔMEGA PRODUÇÕES)